sábado, 29 de janeiro de 2011

Enlace em pulso

Finjo desdém à sua imaculada pele
Tão mais perfeita que qualquer dos meus sonetos.
Bem mais que ruas, ébrios labirintos, becos
Seus olhos cercam os meus, abrasando em febre.

Leitosas, as bochechas são outros quartetos
Se contraindo em sorrisos que não querem
Achar nas letras o seu perolado éden
Num beijo ávido à inundar os lábios secos

E falta a voz para negar o que se quer
Falta um não a ser falado em tom qualquer...
Só fica o enlace do teu corpo por meus pulsos.

O beijo vem para fechar à ouro a noite
Inesperado golpe, lábios como açoite
Doendo e 'inda assim rendidos ao impulso.


30/01/11