terça-feira, 21 de junho de 2011

Afresco de um pintor da Via-Láctea

Tenho por ti qualquer amor ou coisa vaga
Uma paixão que a cada instante se deflagra
E se faz mais, cada vez mais, cada vez mudo...
Cada segundo em mil milênios, tempo e tudo.

Se te prometo as estrelas do céu desnudo,
Então os astros sequer olham o chão veludo
Sabendo que eu aguardo cá, com vida magra
Um só relance pra que eu suba ao céu e o abra,

E de lá seque as nuvens e apague o brilho
Tire constelações e qualquer empecilho
Qual se interponha contra o novo desenho

Que hei de fazer por teu olhar admirado:
Um novo véu, no tom do mais aquarelado
E alvo sentimento que à ti empenho.


22/06/11

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Na chuva

Dança, e dança!
Enquanto a ventura no amor houver
E do guarda-chuva jorrar qualquer
Canção que de vontade de molhar
Num estalar de pés, todas as roupas.

Estenda para longe, vai! Não poupa
Do mundo a felicidade rouca
Que a voz escassa canta à quem vier
Sentir respingos sob o luar.

Quando fugir a luz pr'outro lugar
Num salto os braços hão de ensinar
Que vida de quem ama voa solta
E busca alto a amada mulher
Que ama, ama...


20/06/11