segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Soneto da busca

Procuro-te no gotejar das águas
Nuas, despindo os olhos sem receio
Regando o campo com sal; Semeio
A natureza toda em córneas rasas.

Procuro-te no pranto em que nadas
Nua, na pele despida de arreios
Liberta na flor d'água, a água aos seios
Fartos de ar envolto em voz gelada.

Do toque e o sopro da vida que volta
Com as mãos unidas, dize-me; "Não solta,
Que a eternidade nos aguarda, juro!"

Cálidos lábios da mulher nefasta
Do toque o sopro, e a vida que se afasta
E ao encontrá-la, não mais a procuro.


01/10/10

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