terça-feira, 20 de julho de 2010

Das horas

Se não antes, agora que nada mais tenho...
Já que tudo se fez ausente, apagaram-se as luzes.
E ficaram sobre a mesa rabiscos
E esquecidos, com o tempo viraram lumes
Mas não vagaram ante a memória
Permaneceram somente.
Famintos os anos correram, devorando
Lá mesmo, no escuro, as memórias.
Se não agora, outro dia qualquer
Quando não houve ausência, acenderam-se as luzes.
E as faces barbadas pela idade tiveram
Como tênues lembranças
Vagos lumes sobre a mesa.

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